Como foi meu ano de 2018

O ano de 2018 já acabou, mas o carnaval de 2019 ainda nem começou.
Sendo assim, ainda está em tempo de eu fazer minha retrospectiva, afinal, todo mundo sabe que no Brasil, o ano só começa depois do carnaval!

Esse é um exercício para que eu escreva coisas diferentes de public function happyNewYear ou “GAG D GAG D”.
Então se você quiser saber um pouco mais sobre mim e ver como vou me sair nessa empreitada, continue lendo!

Primeiro semestre

O final de 2017 foi só lamúria. Estava desempregado, desmotivado e com saudade da parte da minha família que mora na Bahia e da outra que morava em São Paulo.

Em meados de dezembro surgiu uma oportunidade de trabalhar como freela com um amigo num sistema de contabilidade.
Aí foi minha primeira experiência profissional com o Laravel. O projeto durou uns três meses, mas infelizmente não conseguimos lançar e acabou caindo no esquecimento.
Espero que possamos voltar com ele!

Em paralelo eu estava fazendo alguns poucos freelas para um cara que mora lá nos states, e conheci/aprendi um pouco sobre Meteor JS, e aprofundei mais em MongoDB.

Esses poucos (dois) freelas me ajudavam a ganhar alguns trocados para ao menos comer aquela pizza e tomar um sorvete com a mina, mas, ainda sim, não eram trampos estáveis.

Vou passar rápido por essa parte para não ficar um artigo de dramalhão e superação.
Nessas férias forçadas eu joguei muito RPG, li muitos livros literários, criei meu primeiro aplicativo útil (esse metrônomo),
e estudei muito, mas muito mesmo sobre música (no Youtube, e em alguns outros sites que tem por aí que falam sobre teoria musical).

Claro que, em paralelo eu estava sempre procurando um emprego, na Revelo, Linkedin e etc.
Desde que me ferrei eu tinha convicção que em São Paulo (eu estava morando no RJ) as coisas seriam melhores para mim, mas demorei para ir pra lá.
Depois que comecei a trabalhar remotamente num regime de contratação temporária para a Click4web, fui para a Bahia.

Lá foi foda!
Revi a família (que a essa altura já estava toda lá), matei a saudade de geral (dois anos)
e ainda dei de presente para meu irmão uma matrícula na academia de Muay Thai, junto com os equipamentos e as paradas todas.

Segundo semestre

Eita porra! Bora sair do Nordeste e ir pra São Paulo ficar rico!

Quando saí da Bahia não voltei para o RJ, fui para São Paulo.
Lá é meu território, meu habitat, minha toca.
Cresci lá e poderia procurar trabalho com mais afinco.

Chegando lá tratei de mudar meu perfil na Revelo, dizendo que aceitava fazer programa de computador também em São Paulo.
Essa ida pra lá coincidiu com minha saída da Click4Web, o que me fez cantar “Puta que pariu! Eu sou mais um desempregado no Brasil!”.

Graças a Deus consegui logo um trabalho, numa startup no ramo imobiliário e de consórcios.
Lá foi foda tanto para o bem, quanto para o mal.
Me meti de cabeça no mundo dos chatbots, onde aprendi mais sobre Python, Rasa NLU, Botpress (Node.js) e BotMan (PHP).
Isso na procura de como fazer um bot legal para responder dúvidas dos usuários.
Eu era o responsável por essa parte. Estava curtindo pra cacete, até começarem a aparecer alguns problemas, que eu prefiro não comentar.
O importante é que conheci umas pessoas maneiras pra cacete, tive um contato foda pra caralho com IA, processamento de linguagem natural e Python; que depois do PHP é minha linguagem favorita.

Nesse tempo tive minha primeira experiência morando sozinho.
O que posso destacar dessa fase é o fato de quando você coloca uma coisa num lugar, 378 milênios depois nesse mesmo lugar essa coisa lá estará.
E claro… Também posso:

  • Cantar sem vergonha
  • Falar sozinho
  • Chegar a hora que eu quiser
  • Comer o que eu quiser

Mas também é triste, pois:

  • Não tem com quem conversar
  • Não tem com quem dividir o brigadeiro
  • não tem ninguém para colocar uma coisa num lugar para que eu possa ir lá e tirar

Não preciso nem dizer que foi uma fase meio deprimida, onde a saudade da família apertava pior que uma cobra enrolada no corpo. (Porra, poetizei mesmo).

Foi nesse tempo também que comecei a frequentar os meetups do PHP SP.
Foram minhas primeiras participações em eventos para desenvolvedores, o que me fez querer avidamente que não fossem as últimas, embora não tenha participado dos três últimos do ano.
Aprendi muito, ensinei nada ou pouca coisa, mas ainda há tempo. Lá só frequenta gente boa, entre macacos velhos, filhotes e até mesmo pessoas que nem desenvolvedoras são.
Recomendo fortemente que você procure participar de eventos. E mesmo que você programe Java e more no Piauí, vá no PHP SP.

Fiquei dois meses na Igglu, aquela startup de consórcios. Lembra?
Pois é. Saí de lá e comecei de novo a saga pela procura por emprego.

Depois de alguns nãos e outros vácuos (Sim, leitor; tem empregador que não diz nem um “Você? NEEEEEEEM FUDEEEENDO!” para o candidato), vi no Slack do PHP SP uma vaga na Vizir.

Vizir

Claro que apliquei para a vaga.
Aplicaria mesmo se não tivesse ido muito com a cara da empresa, até porquê quem não economiza dinheiro não pode escolher muito onde vai trabalhar.
Mas além de ser uma oportunidade, ainda tinham uns benefícios maneiríssimos, e depois da primeira entrevista (remota), me apaixonei.

Vamos ao romance: Eu estava cansado, tinha acabado de voltar de uma entrevista presencial lá em Santana.
Moro nos confins da Zona Sul, então pensa na canseira. Saí para a entrevista as 09 da manhã, cheguei em Santana uma da tarde
e depois de uma entrevista de meia hora voltei para casa, onde no meio do caminho passei por mais uma entrevista remota em que saquei logo que não tinha ido nada bem.
Por fim, cheguei em casa exatamente as 17:00 e atrasei 10 minutos para a entrevista com a Vizir pois estava morto de fome.

“Puts! E se esses caras forem impacientes e não tolerarem um atrasozinho? Além de ser remoto, ainda atrasa.”
Para piorar, exatamente as 17:00 a pessoa que conduziu a entrevista mandou email dizendo “estamos te esperando”. Me perguntei logo se era uma britânica.
Fui lá na chamada. Foi ducaralho.
Troquei ideia com duas pessoas sensacionais, conversamos sobre a vaga, como o cego programa e tal.
Por mais que tiveram perguntas sobre a cegueira, esse não foi o foco da entrevista 100% do tempo como em muitas entrevistas por aí.
Passei para a fase dos testes.

Assim que desligamos botei na cabeça que tinha que ser lá, tipo amor à primeira vista.
“Porra! Tem uma política sensacional de home office, vai me dar um notebook novo (o meu estava prestes a ir pro saco) e ainda por cima deu match? Tem que ser aqui.”

Foi aí que começou a bajulação por minha parte. Fiz a lição de casa. Li blog, olhei todos os recantos do site e respondi aos dois testes o mais rápido que pude.
Sabe aquela lição de casa obrigatória para todos os candidatos a uma vaga de emprego? Ela é mais bem feita se o candidato curtir a empresa.

Opa! Chamaram para uma entrevista presencial. Dessa vez eu fui britânico.
Cheguei 10 minutos antes, e não depois. Foi uma conversa descontraída com as mesmas duas pessoas da primeira entrevista (Karen e João) e com dois dos três sócios (André e Fabrício). Deu match de novo!
Na conversa fiz questão de citar coisas que vi no blog, como “entrevista com um Vizir”,
“o dia que quase foram expulsos do prédio por causa de uma batucada” (essa nem eles lembravam),
só pra mostrar que além de ter passado nos testes e ter a competência que eles exigiam para ter chegado até aquela faze eu estava extremamente interessado em fazer parte daquele time.

Foi em outubro que comecei a trabalhar na Vizir.
Conheci só gente boa, o projeto em que eu estou é muito desafiador, apresentei minha primeira talk;
que foi falando e mostrando como um cego programa e mexe no computador, para matar a curiosidade dos 70 Vizires, estou aprendendo pra cacete com todos e é isso aí. Ah! Agora estou trabalhando com o Laravel,
e prevejo muitos desafios pela frente.

Como já disse em outras oportunidades não sei me expressar “escritamente” além do código, então deixa o texto de emoção pra lá.
Mas fica aqui expressa minha gratidão por fazer parte desse time tão fantástico.

Depois de entrar na Vizir

Contribuí com o NVDA, o leitor de telas que eu utilizo.
Foi pouca coisa, um fix para o DBEaver, uma ferramenta top para acessar
bancos de dados, que por ser baseada no Eclipse SDK apresentava o mesmo problema que o Eclipse for Java, o Zend Studio for PHP, e etc.
Apresentava, não apresenta mais pois o fix foi para a versão oficial, 2018.4!

Transitei bastante entre SP e RJ, e ainda não me decidi onde vou morar, embora me incline muito mais para SP do que para o RJ.
Enquanto não for milionário, prefiro SP mesmo.

Depois de aprender levando porrada, agora estou economizando dinheiro, ao invés de sempre gastar o que sobra.

Me reencontrei com a galera da 4Linux, a primeira empresa em que eu trabalhei e foi foda.

Finalmentes

Foi um ano duro, mas que também me trouxe muitos frutos doces.
Nos momentos em que eu estava sem fazer nada (férias forçadas), aprendi coisas (como programação para Android), também conversei mais com meus amigos e colegas, fiquei mais com minha família, enfim…
Não foi tão ruim quanto parecia ser.
Obrigado a minha família que nunca desacreditou, a todos que participaram desse ano de uma forma ou de outra.

Agora em 2019 vou tentar entrar na carreira de palestrante, contribuir com open source,
ir em mais eventos, deixar de ser sedentário, fazer aulas de origami, música, algum exercício físico.

Se por um acaso você leu esse texto por completo, tenha um feliz ano novo. Obrigado por ter lido, que aconteça tudo de melhor para você.

E para você que não leu, não sabe o que eu escrevi. 🙂

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